A juíza do plantão da Comarca de Sinop, Luciene Kelly Marciano Roos, manteve a prisão de Paulo José da Silva, de 27 anos, que foi preso suspeito de matar a ex-companheira, Antônia Ivila Araújo Nunes, de 20 anos, em 3 dezembro, em Sinop (218 km de Cuiabá). Ela foi morta após ser acusada de traição. Em 2022, Antônia foi encaminhada a um psiquiatra em Guarantã do Norte, por colar fita adesiva para tapar a boca da filha de seis meses.
O corpo de Antônia foi encontrado no início do mês de dezembro e estava com várias lesões, aparentando que ela havia sido espancada. De acordo com a delegada da Polícia Civil, Renata Evangelista, o ex-casal estava em uma confraternização pouco antes da jovem ser morta.
Paulo tentou ludibriar a polícia dizendo que a mulher havia saído do evento em um veículo de aplicativo.
Ele foi descoberto após encaminhar mensagens para Antônia questionando a vítima sobre uma suposta traição. Nas mensagens, o suspeito usava palavras de baixo calão e ordenava para que ela desse informações sobre o atual relacionamento.
“Fizemos todo o trajeto (da vítima) e por meio de mensagens no celular que a vítima trocava com uma pessoa que ela estava se relacionando, chegou-se a ele (suspeito). Ele a todo momento instigava a vítima para que ela contasse detalhes da suposta traição que ela teria tido com esse outro rapaz.”, pontuou a autoridade policial.
Paulo ainda chegou a comparecer ao velório de Antônia por duas vezes. Durante a investigação os policiais conseguiram encontrar o suspeito na sexta-feira (8). Ele foi preso e encaminhado à delegacia para prestar depoimento.
Durante a audiência de custódia realizada no final de semana, Paulo alegou ter sido agredido fisicamente pelos policiais civis que o prenderam. A defesa também requereu um exame de corpo de delito para apurar o caso.
A juíza apontou que o mandado de prisão contra Paulo estava vigente, deste modo não havendo irregularidades na prisão. Foi determinado ainda que a Polícia Civil junta-se ao autos do processo o exame de corpo de delito.
Relembre o caso
Antônia estava sendo investigada por maus-tratos após tampar a boca da própria filha, à época como apenas seis meses, com fita adesiva, em março do ano passado, no bairro Altos da Glória.
A ação foi filmada pelo pai da criança, e as imagens causaram revolta, principalmente nos moradores de Sinop.
Nas filmagens, é possível ver o pai se aproximando do bebê e removendo a fita da sua boca. Em seguida, ele abre a porta do quarto e filma a mãe da vítima. É possível ver que a suspeita está sentada no chão, mexendo no celular. Ele ainda questiona o motivo do comportamento.
“Você está doida? Pregar fita na boca da menina? Só pode estar doida, né? Não tem juízo não?”, diz o homem na gravação.
Ao ser questionada sobre o ato, Antonia alegou que estava incomodada com o choro da criança. Segundo informações, a ela sofria de depressão. Após o caso, a mulher foi levada para a casa da mãe, em Guarantã do Norte, e, desde então, estava sendo acompanhada por um psquiatra.
Foi constatado que à época Antônia sofria depressão pós-parto e era vítima de violência por parte do ex-companheiro. Ela também chegou a pedir uma medida protetiva contra o suspeito, mas que foi extinta por falta de informações para dar continuidade à medida.
OLHAR JURÍDICO