Lucas Ferreira da Silva, de 20 anos, preso pelos homicídios de três motoristas da Uber na última segunda-feira (15), denunciou à Justiça que sofreu maus tratos e agressões ao ser detido. O caso será investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, responsável por apurar desvios de conduta dos policiais civis.
Essa é uma medida de praxe pedida pelo Ministério Público Estadual (MPE) no caso de denúncias contra policiais – sejam eles civis ou militares. Na audiência de custódia os presos são questionados se passaram por algum tipo de ilegalidade em sua prisão. Foi nesse momento que Lucas contou ter sido agredido pelos servidores.
“Com relação a eventuais abusos praticados pelo policial, logicamente esse tipo de conduta não se justifica, não encontra amparo legal. Se realmente comprovada, pode caracterizar um crime de lesão corporal ou até mesmo abuso de autoridade”, disse o promotor Milton Pereira Merquiades durante a audiência de custódia.
A Corregedoria irá analisar o depoimento do preso, além de ouvir os policiais envolvidos. Caso seja comprovado o excesso de violência no exercício da profissão, eles podem ser punidos com sanções que vão desde uma advertência até a demissão do serviço público.
Execuções
Lucas foi preso junto com dois menores de idade acusado de assassinar os motoristas de Uber Elizeu Rosa Coelho, de 58 anos, Márcio Rogério Carneiro, de 34 anos, e Nilson Nogueira, de 42 anos. As vítimas foram executadas com pauladas e facadas.
De acordo com a Polícia Civil o trio agia como “serial killer”, ou seja, matadores em série, e pretendia assassinar mais motoristas de aplicativo. Para atrair as vítimas, usavam o perfil de uma mulher para chamar o carro pelo aplicativo, mas ao chegar no local os motoristas eram rendidos em um suposto assalto.
Os homens então eram levados – foram sequestrados em três momentos diferentes – para uma região de mata, onde eram executados. Segundo o adolescente de 17 anos a intenção inicial era apenas realizar o assalto, mas um “desejo de vingança” fez com eles matassem o primeiro motorista.
J1 AGORA