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sexta-feira, novembro 22, 2024
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Ciopaer retorna a Mato Grosso após missão no Rio Grande do Sul

A equipe do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) que viajou em missão humanitária ao Rio Grande do Sul voltou para Mato Grosso. Os servidores foram enviados pelo Governo do Estado para ajudar nas operações de salvamento de pessoas e animais vítimas das enchentes iniciadas no final de abril. 

Foram enviados cinco servidores de helicóptero no dia 3 de maio e mais três por terra na semana seguinte.

A equipe era composta pelos policiais militares Ênio Teixeira da Silva (piloto-comandante) e os operadores aerotáticos Hildebrando Ribeiro, Jair Ramos e Silva, Honey Alves de Oliveira, e Gilvan Nunes de Farias, além dos bombeiros militares Lucas Moraes Callegatio (2º Piloto) e o operador aerotático Jefferson dos Santos Neto. Ambos possuem ampla experiência em buscas, resgates e salvamentos em todo o estado. A missão também contou com um mecânico aeronáutico, o policial civil Jhonny Wanderson Sena Lima, garantindo o trabalho da aeronave sem interrupção.  

Ao todo, os agentes resgataram 40 vítimas das enchentes em áreas de difícil acesso, além de seis animais. Realizaram 11 voos para transporte de equipes médicas, removeram seis vítimas para tratamento de saúde, efetuaram 15 voos para transporte de suprimentos e seis voos de reconhecimento. Foram cerca de 50 horas de voo dedicadas a essas missões.

Os policiais e bombeiros iniciaram os trabalhos no dia 5 de maio, realizando missões na região de Porto Alegre. Eles também atuaram em Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba, Ilhas dos Marinheiros, Pelotas, Porto do Conde, Rio Grande, São Gerônimo, São José do Norte, São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Durante os 20 dias em que estiveram no Rio Grande do Sul, os policiais e bombeiros se dedicaram a ajudar as pessoas afetadas pela tragédia, conforme pontua o tenente-coronel Ênio Teixeira. “Colocamos todo nosso esforço, toda a nossa técnica, nossa equipe, nossa aeronave representando bem o Mato Grosso. Era uma gota no oceano e a gente fez o que foi possível, a demandas eram muitas, mas conseguimos atuar e levar um pouco do nosso auxílio ao povo do Rio Grande Sul”.

A primeira fase da operação foi voltada ao resgate de pessoas e animais isoladas, em situação de risco. Depois, seguiu-se para voos de monitoramento de área, elevação de água e identificação de pessoas e animais que precisavam ser removidos. Na terceira etapa eles levaram alimento, cobertores e outros suprimento as pessoas necessitadas. 

“Eu conseguia ver nos olhos das pessoas a gratidão por toda a solidariedade e nosso esforço em levar alimentos e cobertores para o frio. Estávamos em uma situação de meteorologia degradada, temperatura baixa, chuva, nevoeiros, condições bastante precárias. Mesmo assim, a alegria que víamos nessas pessoas, que nos recebiam de coração aberto, era comovente. O calor humano era visível. Eles entendiam que faríamos o possível para amenizar seu sofrimento”, cita.

O Ciopaer também proporcionou momentos de lazer e alegria em meio ao caos. “Os olhares das crianças, mesmo naquele momento crítico, eram indescritíveis. Elas mantinham sorrisos no rosto, se aproximavam, queriam conhecer a equipe e tirar fotos conosco. Houve muitos momentos gratificantes, mesmo naquele cenário de crise. Isso nos deixa um grande ensinamento para crescermos como seres humanos e como pessoas”, lembra o piloto. 

Entre várias missões executadas, o comandante lembra do salvamento de três pessoas isoladas em um telhado. Aplicando a técnica de McGuire (resgate por meio de uma corda suspensa pelo helicóptero), eles socorreram um idoso, uma mulher com problema de mobilidade e um jovem com deficiência mental. 

“O Corpo de Bombeiros já tinha feito o primeiro atendimento, e cuidadosamente, fizemos a remoção neste local de difícil acesso, onde nem barco chegava. Eram três pessoas em situação crítica que precisavam ser removidas e fizemos a retirada com a técnica no MCGuire, auxiliada por uma aeronave e equipe da PRF. Essa técnica exigiu bastante da gente, para tirarmos essas pessoas através de cordas e coloca-las na Arena do Grêmio para que depois fossem levadas ao Centro Médico e depois em abrigos”, cita.

A missão pelo Rio Grande do Sul também incluiu o resgate em uma área de condomínio. “Pousamos na área social de um condomínio, perto das piscinas, em um local restrito e difícil de operar. Assumimos os riscos e removemos cerca de 30 pessoas, dentre elas alguns enfermos, idosos, crianças, as pessoas mais frágeis tiramos de lá”. 

Houve também resgate de um homem e um cachorro encontrados em cima de um colchão inflável à deriva. O homem tentava ir para casa caminhando, mesmo com a água na altura do peito. Ele viu um colchão inflável e conseguiu subir, contudo, no caminho encontrou o cachorro que estava quase se afogando e parou para ajudar. Ao ser resgatado, os integrantes do Ciopaer observaram que o homem já estava sem força, debilitado e com escoriações pelo corpo. 

Para o comandante do Ciopaer, tenente-coronel Ernesto Xavier de Lima Júnior, os servidores demonstraram atos de heroísmo. “As ações foram de risco elevado. Eles levaram as suas vidas para prestar esse apoio, se colocaram a todo momento em operações de alto risco para salvar vidas. Eles são verdadeiros heróis que estiveram na região salvando vidas, representando o estado de Mato Grosso através do Ciopaer”. 

“A atuação da Ciopaer foi de extrema importância, resultando no salvamento de muitas vidas graças ao apoio do Governo do Estado. Além disso, a Ciopaer prestou assistência a milhares de pessoas ao transportar água, medicamentos e profissionais de saúde. Essa ação representou uma ajuda humanitária e foi valoroso para minimizar os impactos do desastre ocorrido na região”. 

O secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri destacou o empenho de Mato Grosso na missão humanitária à população do Rio Grande do Sul.

“O Governo de Mato Grosso, através da Secretaria de Segurança Pública, enviou agentes do Ciopaer e do Corpo de Bombeiros. A equipe do Ciopaer retornou, mas as equipes dos Bombeiros continuam lá. Além disso, o Estado destinou R$ 50 milhões para auxílio nas obras de reconstrução das cidades e realizou campanhas de arrecadação de agasalhos, alimentos, água, entre outros produtos”, lembra Roveri.

Na avaliação do secretário Roveri, a participação de Mato Grosso e da população mato-grossense está sendo significativa diante dessa tragédia, sem precedentes na história do Rio Grande do Sul, no momento em que os gaúchos mais precisam da solidariedade do povo brasileiro.

J1 AGORA

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