A Polícia Civil afirmou que o novo na onda de furtos de caminhonetes Hilux em Cuiabá é somente o modus operandi dos criminosos. Mais sofisticados, agora eles usam de tecnologia para fazer suas vítimas e não mais de violência.
O delito de furto qualificado tem uma pena menor e para o ladrão também é mais fácil, porque não tem o desgaste de ter o confronto com a vítima e com a Polícia
“A caminhonete Hilux aqui em Mato Grosso e Cuiabá sempre foi alvo de subtração. Há um tempo ocorria muito roubo em que a pessoa era aborda na rua com uma arma. A caminhonete era subtraída ou vítima era encarcerada”, explicou o Edson Arthur Teixeira Peixoto, da DERFVA (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos) de Cuiabá.
Segundo o delegado, de roubo as subtrações de caminhonetes Hilux e também SW4 passaram a ser furtos, ou seja, sem emprego de violência.
“O delito de furto qualificado tem uma pena menor e para o ladrão também é mais fácil, porque não tem o desgaste de ter o confronto com a vítima e com a Polícia. É uma metodologia que para ele é cômoda e ganha tempo. Teve vítima que percebeu [o crime] depois de 10 horas”, afirmou.
A quantidade de ocorrências, 80 casos no último ano, levou à deflagração da Operação Kuron, na quarta-feira (15). Quatro foram presos e um está foragido da Justiça.
“Eram furtos. Não havia emprego de violência ou ameaça. Eles tinham o dispositivo para abrir e ligar o veículo, através de clonagens de aparelhos”, explicou.
“É um aparelho que os chaveiros, pessoas que mexem com chaves de veículos manipulam, e aí esse pessoal começou a identificar que poderia usar esse tipo de aparelho para cometer os furtos. Já sabemos qual é e a dinâmica deles”, acrescentou.
É um aparelho que os chaveiros, pessoas que mexem com chaves de veículos manipulam e aí esse pessoal começou a identificar que poderia usar esse tipo de aparelho para cometer os furtos
Os criminosos, conforme as investigações, agiam principalmente durante a noite e madrugada em bairros nobres da Capital mirando caminhonetes estacionadas na rua.
O delegado explicou que a maioria dos veículos alvos da operação tem a chamada chave presencial. O carro emite um sinal para a chave e os criminosos clonavam o aparelho conseguindo, assim, acesso ao interior do veículo.
“Outra modalidade é quando eles pegam a central do veículo, o modulo, e o substituem; eles levam outro módulo como se fosse o computador do veículo, desconectam o que está lá e conectam com o módulo clonado deles”, afirmou.
Além de mandados de prisão foram cumpridos sete de busca e apreensão. Foram apreendidos rádios comunicadores, chaves de veículos, pendrive, ferramentas, documentos, dois veículos e alguns cartões de banco.
A Polícia ainda investiga a ligação dos membros com o tráfico de drogas.
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