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sexta-feira, novembro 22, 2024
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Shih-tzu de oito anos morre após ser “esquecida” em manta térmica durante cirurgia

A cadela Shih-tzu, Charlote Daiane, com oito anos de vida, morreu na tarde de sexta-feira (28), após ser vítima de um erro veterinário e ficar com o corpo queimado durante um procedimento cirúrgico para retirada do olho direito, em uma clínica de Cuiabá. O site Olhar Direto estava acompanhando o caso junto a tutora, a psicóloga Eliane Montanha Rojas, que lutava para tentar salvar sua filha de quatro patas. 

Charlote realizou a cirurgia de retirada do olho direito, conhecida como enucleação, após a indicação do médico veterinário da clínica onde ela estava. O procedimento comum e relativamente simples foi feito no dia 11 de abril e demoraria cerca de 40 minutos.

No entanto, conforme Eliane relata, a família só recebeu notícias sobre a cirurgia horas depois, quando o veterinário cirurgião informou que tudo teria dado certo, enviando um vídeo que mostrava a cadela “aparentemente bem”. 

Ao chegar para buscar a Charlote, a família se deparou com as lesões na pele da cadela. Eram queimaduras graves que estavam soltando o pelo do animal. 

“Quando ela foi queimada, eles não me avisaram. Fizeram um relatório mentiroso, me avisaram lá na hora que eu fui buscar ela, depois da cirurgia e antes de entregarem ela, o médico me chamou e falou sobre o acidente, que ela tinha se queimado na manta térmica e me orientou a passar a pomada Nebacetin. Como que um Nebacetin ia dar conta?”, disse Eliane ao Olhar Direto. 

“Eu fiquei desconfiada e peguei ela ainda em choque. Mas não tinha como levar para casa. Nisso, eles se dispuseram a ficar com a Charlote e cuidar dela lá na clinica. No entanto, quando meu filho chegou para ficar ciente de tudo e acompanhar o caso, ele viu que ela estava na baía, sem nenhum soro ou medicamento para a recuperação. Apenas abandonaram ela lá. E se nós tivéssemos deixado, ela ia morrer lá”, complementou.

Com tudo isso, a família decidiu levar a pet para outra clínica veterinária para avaliar os ferimentos e fazer um tratamento. Eliane contou que durante o trajeto entre os locais, Charlote gritava de dor.

“A pele toda dela estava queimada. Como que ninguém viu que a manta térmica estava muito quente e queimando ela? Todos são responsáveis, o cirurgião, anestesista, auxiliares, a própria clinica e a empresa da manta térmica também”, ressaltou a tutora.

Charlote foi esquecida na manta térmica durante o procedimento  cirúrgico, considerado simples, devido a uma imperícia dos profissionais atuantes. Seu corpo ficou totalmente queimado, com a  pele em “carne viva”, chegando a danificar uma de suas patas esquerda e expondo as costelas do animal. 

A shih-tzu lutou pela vida durante cerca de 16 dias, enquanto estava internada em outra clinica para tratamento e recuperação. Ela chegou a realizar uma segunda cirurgia na última terça-feira (25), para retirada da pele necrosada e estava sendo acompanhando no pós-cirúrgico. Além disso, durante esse tempo, passou por transfusões de sangue, tratamentos novos, como ozonioterapia e células troncos.

No entanto, Charlote não resistiu e teve uma parada cardíaca na sexta-feira (28). A tutora Eliane relatou que foram gastos mais de R$ 14 mil com o tratamento todo da cadela. “Eu precisei fazer empréstimos para arcar com tudo, mas não ia deixar ela sem amparo nunca. Fiz de tudo que pude”.

Quando deu entrada na segunda clinica, Eliane havia sido alertada por um dos veterinários que Charlote poderia vir a óbito devido a uma infecção generalizada e pela desidratação, que poderia causar insuficiência renal. Esse alerta foi feito no dia 13 de abril. 

No momento, a tutora prefere não falar mais sobre o caso e está tomando todas as medidas necessárias e judiciais, com acompanhamento de um advogado. 

Um boletim de ocorrência também foi registrado no dia 13 de abril. A Polícia Civil investiga o caso. O corpo de Charlote passará por exame de necropsia nesta manhã de sábado (29), para avaliação dos danos causados e será anexado no inquérito policial. 

“As pessoas não percebem, tratam esse assunto com futilidade. A pessoa que perde o animal fica perdido. Quero que as pessoas pensem, ajudem a elaborar leis. É super importante para os tutores de animais. É uma perda familiar, um luto e as pessoas da família sofrem. Se você responsabiliza com mais punho, não acontece mais isso. O animal é tratado de qualquer jeito. A pessoa que tem um animal tem uma paixão enorme, não quer que sofra”, disse Eliane.

“Minha filhinha morreu, cremam ela e acabou, morreu. E continuam aí, ninguém liga, continuam cada vez mais ricos e matando mais animais e fica por isso mesmo”, finaliza a tutora, ressaltando a revolta com os responsáveis da clinica veterinária onde Charlote passou pelo cirurgia.

Foto: ReproduçãoShih-tzu de oito anos morre após ser 'esquecida' em manta térmica durante cirurgia

Outro lado

A clínica veterinária enviou o relatório médico do caso da Charlote. De acordo com a responsável pela empresa, todos os profissionais envolvidos no caso foram afastados.

“Nosso compromisso é zelar pelo bem-estar dos nossos pacientes e estamos empenhados em resolver essa questão com a família”, haviam declarado.

No documento sobre o caso, é explicado que Charlote ficou deitada sobre a manta térmica para a estabilização da temperatura corporal. 

“Em dado momento o médico veterinário cirurgião ao procedimento de observação da paciente, notou que o equipamento colchonete térmico estava em alta temperatura, acima do normal, observando que o corpo da paciente estava quente. Neste momento ela foi retirada de imediato e levada para monitoramento na internação”, diz o documento.

“Horas depois da paciente internada, a médica veterinária plantonista notou lesões que se assemelhavam com queimaduras, passou pomada para queimaduras e avisou o médico veterinário responsável pelo caso para que ele informasse os tutores e tomasse as devidas providências. Todas as medidas possíveis no campo médico veterinário foram tomadas para atender a paciente CHARLOTE”.

“A diretora da Clínica Veterinária está apurando os fatos, lamentando o ocorrido e tomando todas as providências que forem necessária para apurar as circunstâncias que se deu os fatos com a paciente Charlote.”

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