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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Prevenção: entenda como a ausência de visão pode comprometer o desempenho escolar e qualidade de vida das crianças

De acordo com o médico, oftalmopediatra, que atende no Hospital e Maternidade Dois Pinheiros, Dr. Diogo de Paula Soares, o esforço para ler contraindo os olhos ou franzindo a testa e constantes queixas de dores de cabeça, podem indicar alterações na visão. Esses problemas comprometem a qualidade de vida e aprendizado das crianças.

Dados divulgados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), apontam que cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de doença visual. Dentre os problemas estão os refracionais como miopia, hipermetropia e astigmatismo.

Outro fator preocupante, apontado pela CBO está relacionado ao crescimento das doenças oftalmológicas provocadas pelo efeito pós-pandemia. Um estudo elaborado a partir da base de dados do Ministério da Saúde indica uma certa preocupação com a ausência do retorno oftalmológico, com o público de 0 a 19 anos.

Para os especialistas: “se a criança não vai ao oftalmologista, ela não recebe um diagnóstico”. Visando entender a importância da consulta com o oftalmopediatra, o Dr. Diogo respondeu as principais dúvidas apontadas pelos pais no consultório.

Hospital e Maternidade Dois Pinheiros (H2P): Quando devo levar o meu filho ao oftalmopediatra?

Dr. Diogo de Paula Soares (DPS): Logo ao nascimento deve ser realizado o teste do olhinho, de preferência na própria maternidade.
Se esse exame estiver normal, a criança faz novas avaliações aos 06 meses de vida; com 01 ano e depois anualmente até os 08 anos.

H2P: Por que é importante fazer o check-up antes da volta às aulas?

DPS: Para detectar a necessidade de a criança usar ou não óculos (diagnóstico de miopia, hipermetropia e astigmatismo) e para excluir doenças oculares, como conjuntivites, alérgicas e estrabismo.

H2P: É verdade que os eletrônicos fazem mal para a visão da criança?

DPS: Sim, podem causar miopia progressiva e ressecamento ocular (síndrome do olho seco).

H2P: Existe um limite de tempo para o uso de eletrônicos? Por quê?

DPS: Sim. Como referência, até 2 anos o uso de telas deve ser o mínimo possível; até 10 anos uma hora a 90 minutos por dia e a partir de então 2h por dia. Lembrando que quanto menor a tela e mais próxima ela estiver, maiores serão os prejuízos.
Pelas razões da pergunta anterior.

H2P: As crianças podem utilizar óculos de sol?

DPS: Sim, desde que tenha proteção ultra violeta. Importante adquiri-los em óticas de confiança, que forneça um certificado das lentes.

H2P: Existem exercícios para estimular o desenvolvimento da visão?

DPS: Sim, mas são limitados e indicados em crianças com baixa visão que não respondem totalmente aos óculos.

H2P: É natural as crianças coçarem os olhos?

DPS: Somente quando estão com sono. A coceira excessiva pode causar alterações na visão (astigmatismo elevado e ceratocone), além de agravar o quadro alérgico.

H2P: Quais os sinais e sintomas que auxiliam os pais e o oftalmologista na hora de identificar um problema de visão infantil?

DPS: Dores de cabeça, dor nos olhos, coceira ocular, constante dificuldade de aprendizagem, quedas excessivas e estrabismo. No primeiro ano de vida devemos também ficar atentos ao lacrimejamento excessivo e à fotofobia.

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