Em 2024, Brasil deve colher mais algodão que os Estados Unidos. A safra nacional fechará em 3 milhões de toneladas, ao mesmo tempo em que a norte-americana será de 2,8 milhões de toneladas.
A previsão é do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Caso as projeções se confirmem, os agricultores do Brasil devem alcançar a terceira posição no ranking mundial da produção de algodão. As safras maiores seriam apenas da Índia (5,4 milhões de toneladas) e da China (5,9 milhões de toneladas).
Apesar da melhora do país no ranking, a colheita brasileira de 2024 deve ser menor 4% menor, em comparação ao ano anterior. Na verdade, todos os quatro maiores produtores enfrentam redução da safra.
Entre essas nações, o pior cenário é o da China, onde a produção vai encolher 12%. No caso norte-americano, a retração é prevista em quase 10%. Para os indianos, por fim, a projeção é de uma colheita cerca de 4% menor.
O Brasil e o algodão
As lavouras brasileiras da cultura estão concentradas principalmente em Mato Grosso — responsável por 72% na safra nacional. A Bahia aparece na segunda posição: 20% da colheita do país. Assim, os dois Estados juntos respondem 92% de toda produção local, de acordo com os dados do USDA.
Os agricultores do país fazem o cultivo em consórcio com a soja — o carro-chefe do agronegócio brasileiro. Ou seja: as duas culturas se alternam na mesma área no mesmo ciclo de produção.
Outro impulso para o algodão no Brasil vem da versatilidade da safra. A colheita gera a pluma e o caroço.
A pluma é matéria-prima para a produção de tecidos e insumos para as indústrias de higiene e farmacêutica. Com o caroço de algodão se faz ração para nutrição animal e ainda é possível extrair dele um óleo que pode ser usado para alimentação humana.
REVISTA OESTE