Os advogados de Daniel Alves apresentaram nesta segunda-feira (30) um recurso pedindo que o o jogador responda em liberdade à acusação de ter estuprado uma jovem em Barcelona.
A defesa acredita que o jogador deve deixar a prisão em menos de um mês.
O jogador está preso de forma preventiva há mais de uma semana em Barcelona, na Espanha, acusado de estuprar uma mulher no banheiro de uma boate. Ele foi detido enquanto prestava depoimento sobre o caso.
A juíza responsável pelo caso viu contradições em suas declarações e acatou um pedido do Ministério Público espanhol de prisão preventiva sem fiança para o jogador.
De acordo com o jornal “El Periódico”, o recurso foi entregue nesta manhã ao 15º Tribunal de Instrução de Barcelona – esse tipo de Corte é o responsável por analisar um caso antes de decidir se ele deve ou não ir a julgamento. Alves ainda não é considerado réu.
O pedido será transferido para a Audiência de Barcelona – a instância mais alta da Justiça local, que será quem julgará se aceita ou não o recurso. A defesa da jovem que acusa Alves também será notificada e poderá apresentar novas argumentações, caso queira.
Fontes da defesa de Daniel Alves contaram ao jornal espanhol “El Mundo” que a expectativa é que a Justiça aceite o recurso em um prazo de aproximadamente um mês, um cálculo que levou em conta os prazos para a análise do pedido e trâmites legais.
A tática da defesa para redigir o recurso foi a de se concentrar no argumento de que a relação foi consensual – esta foi a última versão dada por Daniel Alves em declaração à Justiça. A suposta vítima nega, e a Promotoria disse ter provas suficientes que comprovem o crime de agressão sexual.
No depoimento inicial, Alves havia dito que não conhecia a vítima e garantiu que não houve qualquer relação.
Os advogados argumentam que ele mentiu por não querer revelar a traição à sua mulher, a modelo das ilhas Canárias Joana Sanz – Sanz ainda não se pronunciou sobre o caso, mas apagou as fotos do marido em sua conta do Instagram.
A defesa também sugeriu, no recurso, que Daniel Alves use uma pulseira eletrônica e entregue seu passaporte à Justiça. As sugestões são uma tentativa de desarmar a principal argumentação da Promotoria quando pediu a prisão preventiva do brasileiro – a de que havia alto risco de fuga, já que ele residia em outro país e tem poder aquisitivo suficiente para deixar a Espanha em avião.
Alves tem uma casa em Barcelona, e foi demitido do Pumas, no México, onde estava jogando – isso também consta no recurso.
Futebol na prisão
Enquanto aguarda a resolução do caso – a Justiça espanhola ainda analisa se levará a acusação a julgamento -, Daniel Alves começou a jogar futebol com outros presos do presídio de Brians 3, para onde ele foi enviado.
Parentes de presos e funcionários do presídio relataram ao jornal catalão “La Vanguardia” que Alves jogou uma partida pela primeira vez desde que chegou ao local. De acordo com os relatos, até diretores do complexo penitenciário foram assistir ao jogo.
Ainda assim, ele foi enviado para um setor reservado do presídio, destinado a condenados por agressão sexual – crime que, na Espanha, inclui estupro. Ele divide cela com um brasileiro.
g1, Luisa Belchior